sábado, 14 de fevereiro de 2009

PÃO NOSSO DE CADA DIA

“O pão nosso de cada dia”, é uma referência a tudo o que necessitamos para sobrevivência: Pão, água, calor e o lar, o trabalho e a comunidade e sem a providência Divina, fica difícil o dia a dia carregado de sustos e incertezas.
DEUS dá-nos a terra sobre a qual cresce o trigo e o arroz, a mandioca e o milho. O fruto da terra e do trabalho dos homens, a fim de que haja partilha com os que têm fome...
Um visitante estava admirando uma fazenda bem cuidada de um amigo. “Deus e você fizeram um belo trabalho neste lugar”, comentou o visitante. “Estou admirado como tudo está bonito.”
O fazendeiro respondeu rispidamente: “Você deveria tê-la visto quando DEUS cuidava dela sozinho. Não era nada mais do que carvalho mirrado e amoreiras silvestres”.
Vemos neste comentário soberbo orgulho e rebaixamento da divindade, e talvez tenhamos notado a brecha no raciocínio do fazendeiro.
Quando Deus cuidava, ele mesmo, do mundo, tudo era muito bom, (Gênesis 1.31), porém quando entra o homem na história da humanidade, ai sim, vem o caos.
Foi ele (o homem), quem fez a desordem em todas as coisas, em todo lugar, as populações estão explodindo, fazendeiros estão cortando e fazendo queimadas (em florestas), de maneira impiedosa, buscam fazer plantações em terras que somente permanecem férteis por pouco tempo (antes de se tornar deserta).
O mau uso está arruinando a terra. A fome persegue a humanidade de maneira assustadora porque o homem governa o mundo a seu modo ignorante e egoísta.
Vivemos numa sociedade consumista, mimada, cada qual por si tendo dificuldades em enxergar outra realidade diferente daquela vivida (cômoda e fácil), estacionamos reais valores e entramos numa cadeia viciosa de superfluidade.
Nunca duvidamos do aparecimento de nossa próxima refeição, tampouco tememos o frio por causa de nossas roupas esfarrapadas e assim vamos vivendo sem crescimento espiritual reflexivo e diário.
Daí surge uma pergunta? __ Como seria se de repente eu perdesse tudo, meu conforto pessoal, minha bonita casa, meus dois ou quem sabe três bonitos carros?

Ficamos assustados por um milésimo de segundo (batemos numa madeira), para espantar os maus espíritos e nossa mente novamente fica povoada de “outro pão”, que não seja o material que graças a DEUS é sempre abundante na nossa mesa.
A humanidade sofre de um mal infeccioso (indiferença e egoísmo), está pouco ligando para as mazelas daquele que realmente sofre.
Assistimos todos os dias a tragédias, calamidades, desabamentos, secas... Outros tantos tocam suas vidas como se nada acontecesse.
E nesse desequilíbrio de sentimentos, perdemos a sensibilidade, a capacidade de chorar (literalmente deserta) de emoção, a humanidade caminha a passos largos para o caos total.
O pão é o mais importante entre todos os alimentos. Em todas as culturas. Tanto que a FAO (Organização das nações Unidas para Agricultura e Alimentação) lhe rende homenagens, tendo no seu logotipo a frase “Fiat Panis” ( Faça-se pão), inspirada na frase bíblica “Fiat Lux” ( Faça-se a Luz). É o mais simbólico dos alimentos, também.
Ainda está em tempo! Faça alguma coisa, fale ao faminto (em termos de pão) e esperança permanente, pois é por ele que devemos orar todos os dias, é pela graça de Deus que comemos e vivemos cada dia de nossa vida, assim agindo, o resto não fica demasiado em nós!
“Mais importante do que ter pão é partilhar o pão”. Dom Hélder Câmara.

SSala - Novembro de 2008

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