sábado, 31 de janeiro de 2009

O VIGIA

Ouço um apito suave na noite,
É o vigia se anunciando na rua,
Das sete da noite até dia clarear,
Os fantasmas, ele espanta da rua!

A rua dorme! É sono tranqüilo,
Com o sussurrar daquele apito,
Sabemos que a nossa rua,
É sossegada.Tem vigilante!

Assim é a noite na nossa rua,
Com céu estrelado ou neblinando,
Ensimesmada o escuto apitar e penso:
Quem toma conta daquele vigia?...

06/12/2005

CÁ ENTRE NÓS...


Vivemos no desequilíbrio das nossas emoções!
Parece que perdemos a noção de certos valores, que quando bem trabalhados geram afetos, amores, segregando em nós uma vida mais compartilhada, afetiva e coletiva.
Já acordamos atrasados, sem tempo sequer para perceber a novidade do dia que “começa,” faltando em nós, sensibilidade pra sentir o alvorecer de um novo dia!
Falta tempo pra uma visita aquele amigo que saiu de uma cirurgia dolorosa e precisa de um “oi! Estou aqui,” conte comigo...
Falta tempo para um afago, um compartilhar, um “andar juntos”, com nossos filhos, que crescem, recebendo de nós, pais bem intencionados, acúmulo de informações: Curso de inglês, francês, aula de balé, judô, natação, festas de aniversários com os coleginhas, shopping, cinema, enfim uma série de preenchimentos e afastamentos familiares...
Quando chega à noite, já esgotados pelos desafios do dia, os colocamos pra dormir, sem direito a uma “paradinha”, nem que seja pra falar: Deus te abençoe meu filho, durma bem!
E... assim vamos vivendo, com a doce ilusão do dever cumprido!
Carinho nunca é demais! Gastemos mais um pouco de tempo com nossos pares, nossos filhos, nossos netos, nossos irmãos, nossos amigos...
Nesse resgate emocional, teremos uma sociedade mais justa e equilibrada, pois família bem estruturada é atemporal e ainda que os mecanismos recorrentes tentem esfacelar os lares com conceitos distorcidos, a família ainda é a célula mater, o elo de maior sustentação entre os povos.
Cá entre nós! Ajuizemos melhor as nossas emoções, sejamos um administrador fiel e fraterno do nosso precioso tempo!

SSALA – Maio de 2007

domingo, 25 de janeiro de 2009

ENFERMEIRO EFICIENTE

A ação do tempo é devoradora, não devemos perder tempo com “coisas” pequenas, quando temos um leque de oportunidades à nossa frente.
Cada momento vivido é único e não se repete! Porque ficar martirizando nossas mentes com angústias, culpas, aborrecimentos, “fantasmas” sem solução?
O que não tem solução, solucionado está! O certo é que, nós construímos a nossa história...
Se algo não vai bem em nós, é necessário tomadas de posições, revisões e questionamentos para que possamos enxergar “possibilidades”, pois, desanuviando nossa visão, com certeza nossos dias ficarão mais claros e menos cinzentos
“O inferno são os outros”, já disse Jean Paul Sartre, de fato, de vez em quando, somos assolados pela idéia de que nossa vida seria bem menos complicada se não estivesse tão povoada...
Não resta a menor dúvida que é bem mais fácil colocar a culpa nos outros pelos resultados dos nossos dramas e fracassos.
Somos o resultado de nossas “escolhas” e nossa caminhada existencial é feita em caravanas, ninguém viaja sozinho.
Viktor Frankl ensina que quando a circunstância é boa, devemos desfrutá-la, quando a circunstância não é favorável, devemos transformar a circunstância e quando a circunstância não pode ser transformada, devemos transformar a nós mesmos.
Precisamos prestar mais atenção nas pessoas, no sofrimento alheio, nos “recados da natureza”, sair de vez em quando da nossa zona de conforto, evitar a superfície, para crescermos um pouquinho mais... Desse modo, o universo de “fantasmas” que nos roubam a paz, fica bem menor.
Nada como um dia atrás do outro... O tempo é um enfermeiro eficiente, porém muitas vezes ficamos aprisionados ao passado e futuro e o presente, fica sufocado em nós.
Cativos do tempo, porém, ele avança e avança, sob a tutela das horas, a despeito de todas as dificuldades e obstáculos, é possível sonhar e ainda fazer planos, vale à pena criar e recriar sem medo nem culpa de querer apenas e tão somente ser feliz, vivendo com possibilidade e potencialidade, pois A VIDA É BELA!

MÃO SUPREMA

Estenda tua mão Senhor, s’tou aflita,
Precisamente hoje acordei angustiada,
Faça de mim instrumento melhorado.
Conceda-me Tua Paz! Esta Paz que
Excede o entendimento humano e falho.
Dê-me a chance de falar de Ti ao faminto,
Em termos de pão, misericórdia e ação...
Que eu possa ser sensível àqueles que já
Nascem desassistidos e desamparados.
Não permitas que eu viva aqui indiferente,
Muda, correndo atrás do vento que passa!
Mas, que cada amanhecer... Ao despertar
Eu veja tua LUZ! Sinta tua presença,
Que transforma, resgata, redime assim...
Viverei restaurada, c’om novo alvorecer!

sábado, 17 de janeiro de 2009

LIBERDADE

Ando pela vida adormecida a sonhar,
Quero andar pela vida destemida,
Sentindo melhor o pulsar da vida,
Levada pelo vento, a dançar...
Uma dança alegre e ritmada
Olhando a vida com olhos de amor.
Quero ver meus irmãos protegidos,
Sonhando sonhos de liberdade!
Um dia, quem sabe? Possa ver meu irmão,
Andando pela vida em igualdade...
Seguindo caminhos afora a cantar,
Num mundo de Amor, Justiça e Paz!

O EFÊMERO E O ETERNO

Cada ser humano vem sozinho ao mundo, atravessa pela vida como uma pessoa separada e morre finalmente sozinho. As fases de passagem pela vida física e para além dela, trazem muitas experiências, onde tudo é passageiro e impermanente. As situações, os encontros e os fatos da vida surgem, permanecem por algum tempo e se vão.
Certo que o coração do homem tem um vazio do tamanho de DEUS (Fyodor Dostoyevsky), na verdade a humanidade se angustia por buscas e significados, significados que cabe dentro do coração de cada um.
Nessa corrida insana, perplexos diante das tragédias, dos holocaustos, das barbáries, da violência urbana, da desigualdade social, da indiferença com que caminha a humanidade, pessoas (vivendo num verdadeiro labirinto), carregado de sustos e incertezas.
E como num sentido secreto das coisas, sonhos por vezes se desvanecem como fumaça gerando resultados ásperos.
Entre o jogo arriscado e formoso da vida: A terra, o ar, a água e o fogo, tudo fica despercebidos, mentes se aplicam às simétricas porfias da arte, entretecendo e defraudando a natureza humana com pequenez de atitudes e gestos.
O pai da psicanálise, o perscrutador da alma humana, falou o seguinte a uma jornalista: “Eu não me rebelo contra a ordem universal. Ainda prefiro a existência à extinção. Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que o fardo que carregamos”.
Entre perdas e ganhos, nascem sentimentos contraditórios, legitimando a vida, e a realidade da morte resgata realidades com mil possibilidades entre a transitoriedade da vida (o efêmero) e o eterno (a plenitude).
Enquanto essas questões não forem resolvidas, ela (a humanidade), estará em maus lençóis. De fato a maioria das pessoas está mesmo em maus lençóis, pois pouca gente já conseguiu respostas satisfatórias para as perguntas universais: de onde vim, para onde vou e o que devo fazer no intervalo?
Ouse imaginar além do horizonte uma linha divisória entre o efêmero e o eterno e quando partir daqui, noutra dimensão, quem sabe? ­__ Poder sentir que tudo em você foi cumprido como devia.

Solange Sala

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

JUVENTUDE

Juventude é jovem a sorrir...
Com ideais, idéias e esperanças,
Esperanças que os impulsionam,
Seguindo sempre a caminhar.

Abram alas para este povo,
Povo forte que nada teme.
Destemido, corajoso,
Juventude sempre a brilhar!

Avante! Seguindo em frente,
Com ideais por que lutar,
E com idéias varonis,
E esperanças a germinar.

Que seria d’uma Nação
Sem este povo a fustigar?
Aguerrida juventude,
Sempre pronta a enfrentar!

30/10/05

domingo, 11 de janeiro de 2009

NORDESTINO

São Paulo foi a terra escolhida,
Dos nordestinos que queriam enricar
Partiram em busca de melhoras,
Aprenderam bem cedo a não sonhar...

São Paulo é SAMPA, terra pros ricos,
Nordestino só vai lá trabalhar,
Se não acreditam no que eu falo,
Façam um teste e vai pra lá...

Nordestino é cabra teimoso e insistente,
Acredita que em São Paulo vai melhorar,
Levanta cedo e no escuro sai de casa,
Na esperança de um dia rico ficar.

Tantos anos se passaram...
Nordestino em mesmice ficou...
Orgulhoso e teimoso não desiste,
Trabalhando em São Paulo insiste...

Meu avô, prudente, dizia,
Que o sabido sempre aprende
Com as experiências alheias...
E como não gostei do que vi,
Fiquei trabalhando por aqui...

"CONSTRUINDO PONTES"

Na história da civilização da humanidade, temos visto a superação do homem, na busca de descobertas para superar seus limites, vencendo obstáculos.
Foi assim, quando ele sentiu necessidades de trabalhar no plantio e lavoura de maneira menos cansativa e mais rápida!
Segundo algumas hipóteses, a roda foi inventada na Ásia, há 6000 anos, na Mesopotâmia talvez. Foi uma invenção de importância extraordinária, não só porque promoveu uma revolução no campo dos transportes e da comunicação, mas também porque a roda, com diferentes modificações, passou a fazer parte de numerosos mecanismos e contribuiu para um incrível impulso ao progresso humano.
Como nasceu a idéia de se construir a roda? Talvez dos troncos que muitos povos, inclusive assírios e egípcios colocavam sob grandes massas de pedra, a fim de que estas corressem melhor pelo terreno, quando queriam transportá-las.
Os veículos com rodas, puxados nos primeiros tempos por bois, depois por asnos e finalmente por cavalos, pouparam muito trabalho e muito cansaço ao homem.
Os animais já não tinham a agilidade que ele necessitava, na locomoção entre lugares mais distantes.
Em seguida, então ele usa a sua mente imaginativa e criativa, para com a utilização da roda com aros, inventar a biga.
Uma biga é um carro de duas rodas movida por dois cavalos, semelhante a uma quadriga (movida por quatro cavalos. Foi usada durante a Antiguidade como carro de combate, mais especificamente durante as idades do Bronze e do Ferro.
... Na antiguidade, cerca de 2000 aC, na Roma antiga, vimos os famosos cavalheiros do império, heróis de guerra, em bigas aparelhadas com duas rodas, em disputas sanguinárias, procissões, jogos, apresentações nas arenas, etc.
Mais adiante surgem as elegantes carruagens, conduzindo nossos antepassados, de acordo o poder aquisitivo do seu dono... Ou então alugavam uma, como se fosse um táxi (conduzida por animais).
Para singrar os oceanos com seus mistérios, surgiram às embarcações, com cascos resistentes, para enfrentar tempestades em alto mar.
No início do século 20, surge então o automóvel! __ Magnífica invenção do norte - americano pioneiro e famoso empresário Henry Ford.
Também vimos, neste mesmo começo de século, um brasileiro __Alberto Santos Dumont__ visionário brilhante, inventar um pássaro gigante, mais pesado que o ar, para sobrevoar nuvens, com a leveza das aves...
... Surgindo assim o avião, encurtando distâncias.
O avião pertence ao rol das grandes descobertas registradas na longa história da humanidade.
Podemos contemplar que no curso da história, mentes brilhantes foram projetando sonhos, alcançando metas, superando obstáculos.
__ Porém, o maior desafio, a maior superação do homem, é quando ele supera a sim mesmo, suas dificuldades físicas de locomoção, transformando impossibilidades em possibilidades, vencendo seus próprios limites!
Pintores com pés e boca, pintam de maneira milagrosa e surpreendente suas telas, fazendo harmoniosos trabalhos com pincéis e tintas, com a técnica e perfeição de um Portinari.
Outras vezes, assistimos deficientes visuais, andando nas ruas, atravessando longas avenidas, conduzidos “apenas” por uma bengala e o senso de direção, adquiridos na “escuridão”, percorrendo caminhos, que aos olhos de uma platéia muda (muitas vezes sem sensibilidade nenhuma), pensa ser impossível...
O que “comanda” o ser humano na superação de desafios? __Com certeza não são só braços e pernas, mas, mentes brilhantes, na “construção de pontes”...
... “Deficientes”, atletas nadadores, ciclistas, corredores em cadeiras de rodas, cientistas, escritores, empresários, médicos, artistas plásticos, pais, professores, velejadores, enfim... Vencendo dificuldades, construindo pontes!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

JANELA PARA O CÉU

___ São tantos os desafios da vida,
que não dá nem para perceber,
A beleza do sol que nasce e aquece,
Iluminando sempre o nosso ser...
D'onde estamos, vivendo em correria,
___ Nunca temos tempo a perder!
Embrutecidos, ausentes, alheios...
Pequenas coisas ficam sem ver!
Necessário se faz uma morte diária...
Morrendo e vivendo, então renascemos,
Olhamos pro céu, uma janela st’a aberta
Vislumbramos anjos, descendo d’além,
__ Tocando harpas, violinos e liras!...
Abre-se uma cortina, então descortina,
Corações redimidos suspirarem contentes!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

TEMPO

O tempo age de maneira voraz sobre nós. Tempo bom é tempo bem gasto, prazeroso e vivenciado.
Quando bem usado, cura males...Cicatriza feridas!
Precisamos ter tempo para usufruir as coisas simples e belas, andar a esmo, apreciar o canto dos pássaros, observar com alegria a natureza, mas nunca temos tempo, vivemos em agonia...
Corremos de maneira insana como se quiséssemos pegar o tempo, porém ele passa veloz como que fazendo piruetas, gargalhando e cumprindo seu destino...
Nesta seqüência de dias, vivemos tempo mal vivido talvez ou sem sentido. Somos tragados pela ação do tempo
Então, ao longo do tempo descobrimos “nele” um devorador de dias...
Nós “o” temos defraudado, gastamos mal nosso precioso tempo, em contrapartida ele nos devora de maneira mansa e eficiente.
Como nunca temos tempo, então descobrirmos que “falta de tempo é desculpa de quem não tem tempo por falta de método”.
Não tente parvamente recuperar o tempo perdido, nem deixe para amanhã o que pode ser feito hoje...
Mas, ainda está em tempo! Então ouse, reinvente, experimente. Viva intensamente o que o cotidiano tem de melhor: TEMPO PRA VIVER!

sábado, 3 de janeiro de 2009

MOMENTOS

A vida é um fio,
Viver é um desafio,
Só momentos!

Viver é preciso.
Com precisão...
Lentamente vamos vivendo,
Desafiando cada instante,
Vivemos de momentos,
Sabendo que a vida é um fio,
É desafio...É precisão...

BENDITO COTIDIANO

Definitivamente nosso cotidiano é permeado de rotina, existindo em nós sintoma permanente e vital, que responde de maneira natural, sem sustos!
Quem não gosta de acordar quase sempre no mesmo horário, tomar um bom banho, buscando assim, forças para o desafio do dia que começa, saboreando seu cafezinho, lendo o jornal (quando tem tempo), saindo às pressas para o trabalho ou escola? (não importa).
E se não quisermos nos atrasar, vamos rápido movimentar, fazendo o que todo dia fazemos de maneira automática.
Bem! O certo é que nossa vida por si só, já é uma rotina... Mas, é a partir dela que construímos nossa vida de afazeres e trabalho.
Acreditamos ser nossa vida uma eterna mesmice! Decidimos então fazer algo diferente para driblar a malfadada rotina.
Começamos por mudar de maneira radical hábitos costumeiros: mudamos nosso visual, dando um realce no jeito de vestir, ao invés do café matinal tomamos suco, percorremos outro caminho para o trabalho ou a escola...
Cumprimentamos aquela pessoa que achávamos antipática e ficamos surpresos quando ela de maneira afável nos responde.
Retornamos para casa a pé, por um caminho diferente, observando os transeuntes absortos passando pelas ruas da cidade, o sol que se põe exuberante no final de tarde, os jardins floridos das praças com pássaros cantando alegres ao retornarem aos ninhos e, quando chegamos ao nosso lar, de maneira misteriosa, percebemos em nosso íntimo, um estado de ânimo diferente.
No dia seguinte lá vamos nós, tentando reinventar uma maneira de driblar nossa rotina fazendo coisas diferentes e que de maneira sorrateira, instala-se em nós com aconchego de rotina.
Porém, descobrimos que ela, apenas ficou camuflada, mudou de roupagem, foi chegando de mansinho, transformando-se naquela rotina, ou seja: bendita rotina!
Que seria de nós humanos, demasiadamente humanos, sem nosso bendito cotidiano, carregado de rotina, sustos, incertezas e agradáveis surpresas.
De maneira surpreendente então descobrimos: Rotina, você é bendita entre nós!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

DESENCONTRO

Numa tarde cinzenta, ele se foi,
Então chorei o amor perdido.
Dentro de mim, havia um fogo,
Fogo que consumia e aliciava!

Muito tempo fiquei só...
Sem afetos, nem amores,
Exilada de mim mesma,
Chorando minhas dores.

Mas, como viver sem amor?
O amor nos impulsiona a viver,
De repente, acordei para a vida.
E a vida sorriu para mim...