sábado, 13 de dezembro de 2008

VISÃ DO INVISÍVEL


Dizem que os olhos são a janela da alma! Será mesmo que conseguimos detectar sinais, driblar possíveis quedas através de uma perceptível visão?
O tamanho do olho não chega a uma polegada, mas este pequeno olho é capaz de ver as estrelas magníficas no céu. Ele é capaz de ver objetos distantes.
Esse é o poder do olho que nos permite viajar pelo mundo da imaginação. Nosso dia a dia é recheado de uma imensidão de coisas que na maioria das vezes, passam despercebidos ao olhar do mais atento.
O mundo táctil e sensível (fenômenos da natureza) é marcado pelo excesso de imagens, cores e formas.
Nessa corrida diária, temos olhos e nada enxergamos porque somos literalmente “cegos”, ao mundo visual (emocional).
Existe o verdadeiro cego! Que tudo sente e vê. E o que “tem visão” e nada sente, tampouco vê.
Michelangelo não viu e nem foi contemporâneo de Moisés, porém ele o esculpiu de maneira magnífica!
“A realidade não existe, cada experiência de olhar é um limite”(José Saramago), um fino limite de toda essa capciosa teia de informações, que nos leva a optar pelo sensível à idéia do mundo inteligível.
Ver, captando sentimentos, é recriar emoções, dando sentido e possibilidades ao que conseguimos captar com nossa visão.
Olhos vêem em segredos... olhos geram beleza, paisagem e ilusão e por isso precisa se afirmar a todo instante através de imagens captadas pelo órgão da visão, muitos porém vivem no avesso dessa visão.
Ver é recriar sensações a partir de vivências possíveis, com estímulos e individualidades.
O cego vive de emoções e outras janelas (sexto sentido acurado) para se conduzir... recriando sensações a partir de vivências possíveis.
Realidades imaginadas e vividas a partir de um “olhar” que transcende o simples ato de ver, mas que alcança a dimensão do sentir.
A profundidade da vida está na Luz que vem da escuridão periférica.
Sendo nossos olhos a janela da alma, estaremos sempre descobrindo novos mundos, novos horizontes, pois este é o lado bom das metáforas.
Tateando no escuro é metáfora recorrente, para definir momentos, quando estamos sem norte, às cegas.
“Se esperamos o que “não vemos”, com paciência o aguardamos”, fala do apóstolo Paulo de Tarso.

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