sábado, 17 de janeiro de 2009

O EFÊMERO E O ETERNO

Cada ser humano vem sozinho ao mundo, atravessa pela vida como uma pessoa separada e morre finalmente sozinho. As fases de passagem pela vida física e para além dela, trazem muitas experiências, onde tudo é passageiro e impermanente. As situações, os encontros e os fatos da vida surgem, permanecem por algum tempo e se vão.
Certo que o coração do homem tem um vazio do tamanho de DEUS (Fyodor Dostoyevsky), na verdade a humanidade se angustia por buscas e significados, significados que cabe dentro do coração de cada um.
Nessa corrida insana, perplexos diante das tragédias, dos holocaustos, das barbáries, da violência urbana, da desigualdade social, da indiferença com que caminha a humanidade, pessoas (vivendo num verdadeiro labirinto), carregado de sustos e incertezas.
E como num sentido secreto das coisas, sonhos por vezes se desvanecem como fumaça gerando resultados ásperos.
Entre o jogo arriscado e formoso da vida: A terra, o ar, a água e o fogo, tudo fica despercebidos, mentes se aplicam às simétricas porfias da arte, entretecendo e defraudando a natureza humana com pequenez de atitudes e gestos.
O pai da psicanálise, o perscrutador da alma humana, falou o seguinte a uma jornalista: “Eu não me rebelo contra a ordem universal. Ainda prefiro a existência à extinção. Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que o fardo que carregamos”.
Entre perdas e ganhos, nascem sentimentos contraditórios, legitimando a vida, e a realidade da morte resgata realidades com mil possibilidades entre a transitoriedade da vida (o efêmero) e o eterno (a plenitude).
Enquanto essas questões não forem resolvidas, ela (a humanidade), estará em maus lençóis. De fato a maioria das pessoas está mesmo em maus lençóis, pois pouca gente já conseguiu respostas satisfatórias para as perguntas universais: de onde vim, para onde vou e o que devo fazer no intervalo?
Ouse imaginar além do horizonte uma linha divisória entre o efêmero e o eterno e quando partir daqui, noutra dimensão, quem sabe? ­__ Poder sentir que tudo em você foi cumprido como devia.

Solange Sala

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